Mude-se e Mude-o

Na década de 70, o governo militar usou o lema “Brasil: ame-o ou deixe-o”, plagiando literalmente o “love it or leave it” americano, sem a correspondente sonoridade. Longe de mim qualquer fundamentalismo, mas, na mesma linha sonora, gostaria de propor o lema "Brasil: mude-se e mude-o" para o Brasil de 2006 e explico-o.

Em primeiro lugar, deve-se reconhecer que o Brasil nada mais é do que os brasileiros. Fala-se da Nação como se fosse uma coisa abstrata que pairasse acima das pessoas. Os brasileiros esperam que o País faça alguma coisa por eles. Criticam o Brasil como se falassem de algo completamente alheio à vontade e ao comportamento de cada um. Emigram porque o Brasil não muda.

Ora, mudar o Brasil significa mudar-se. Não de País. Significa mudar-se por dentro, mudar comportamentos, atitudes e valores. Aqui, muitos esperam que a iniciativa venha de fora, querem mais emprego e menos trabalho, desejam que as oportunidades lhes sejam dadas, reclamam da falta de estabilidade. E quando conseguem uma teta, não a largam, apesar da culpa que não ousam conscientizar, mesmo sabendo que a teta de um é a fome do outro. Desenvolve-se uma cumplicidade culpada entre as várias corporações. O interessante é que quase todos, uma vez emigrados, mudam-se e mudam: vão à luta, trabalham, não esperam por empregos, agarram e criam oportunidades. Mudam seus valores, aceitam compartilhar e denunciam as mamatas.

Não sei se sou Polyana, mas acho que a mudança já está em curso. Não se trata de um “mude-o ou mude-se”. Não se trata de uma alternativa que exclua o fato de que nascemos aqui e que somos responsáveis pelo nosso próprio destino. Não se trata de fazer um Brasil para um grupo e excluir os demais. Não se trata de um ou exclusivo e excludente, mas de um e, inclusivo e agregador. Trata-se de incluir a todos num esforço de mudança de atitude: "mude-se e mude-o".

Confúcio já ensinava: “Para criar a virtude no reino, é preciso organizar os Estados; para organizar os Estados, é preciso orientar as famílias; para orientar as famílias, é preciso cultivar a personalidade; para cultivar a personalidade, é preciso mudar o coração; para mudar o coração, é preciso ser sincero no pensamento; para pensar com sinceridade, é preciso buscar o verdadeiro conhecimento na alma.”

Não há mudança no outro e não há mudança no mundo que não comece pela mudança dentro de cada um de nós.


Algumas coisas que eu escrevi que seguem a mesma linha:

Não reclame do mundo. Mude o mundo!

1 comentários:

Anônimo disse...

MARIO EUGENIO!
PARABÉNS!PELO TRABALHO QUE VEM DESENVOLVENDO E PRINCIPALMENTE POR TERES UM CORAÇÃO LINDO E HUMANO. O BEM QUE SE FAZ NUNCA É PERDIDO. PENSO SEMPRE NA "CORRENTE DO BEM" TRABALHO COM JOVENS EM UMA ESCOLA PÚBLICA E TENHO UMA RELAÇÃO MUITO HUMANA COM ELES E POR ISSO SENTI A TUA GRANDEZA INTERIOR.OBRIGADA POR CONCEDER ORIENTAÇÃO SOBRE ABNT. ISSO ME AJUDOU MUITO. UM AFETUOSO ABRAÇO. Marisete